terça-feira, 8 de novembro de 2011
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
it flies away, babe
it fears not to stay
longer, a spring will bloom and fade
(to blossom dreams in colors, life in days)
I want you to know
it doesn't really matter what they say
Hold me tight, our love is a safe bay
I've sailed night and day
it felt dark and cold, just to say
but there was you, dear
a clear sky above my way
(blue as the sea, when it smiles and waves away)
You've been lost, babe, I can tell
your eyes 'came pale, your voice so gray
but now it's all changed, babe, we've flown and made
take my word when I say, I'm here to stay
Hold my hand, love, together we must leave this shade
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Empirismo didático sobre o que a imaginação julga ser necessário para uma pesquisa bibliográfica sem excessivos sentimentos
Anda, amplia essa polaroid e me cria um ditongo nasal entre teus lábios. Vês como tudo parece embaçado, como tudo ao nosso redor soa míope? No tempo em que éramos gigantes, que éramos grandes o suficiente para esmagar quem nos ofuscasse o caminho... Ah! Naquele tempo as cousas eram diferentes, e talvez por isso sofras com essa distância, com esse hiato. Nossa língua precisa de uma reforma, e precisa disso com urgência – com acentos, com sons graves, com onomatopéias, com metáforas e poucos simulacros. Deixa de lado o romantismo, as flores e aquelas palavras melosas. Deixa de lado as melodias mais bonitas. Gritemos! Urremos! E se nossos contratempos te confundem é porque já não estás no mesmo ritmo, na mesma linha de pesquisa: teu objeto, é preciso admitir, já por outra pessoa vem sendo pesquisado – com mais afinco e dedicação até. Em algum momento nossas bibliografias não bateram. Faltou correção, concordas? Aliás, nossas referências estavam erradas. No fundo, acredito, estavam certas, mas usamos edições diferentes. Apenas isso, e este apenas deve vir craseado e com uma ínfima nota de rodapé. Quem sabe sejas proparoxítona demais para mim, ou eu te seja demasiado pretérito. Vai saber... Conjuga comigo aquele encanto que nos idiotizava, por favor: eu te gosto, tu me gostas... É ridículo, eu sei. Mas e quem não é? Até mulheres sem orifícios muitos aí amam, sabias? E se estamos hoje tão rudes um com o outro é porque ela sumiu com nossos sentimentos. Simplesmente sumiu e nos deixou assim, órfãos de pai e mãe, de felicidade e dor, de prazer e desgosto. Talvez tenhamos nos precipitado um pouco com toda aquela paciência pueril. Talvez tenhamos justificado com muitos se todas as nossas frustrações. Talvez e talvez, meu bem. O fato é que hoje estamos ruços, e nossos matizes - aqueles tão bonitos que tatuamos em nós quando da bebedeira regada a pornografias comportadas; nossos matizes hoje são ponto e vírgula desnecessários nessa oração ímpia e murcha de fé. Nossas pequenas rusgas devem ser postas de lado, enviadas numa carta endereçada a ninguém. Será apenas um exercício de saudade. Quando verificarem que falta algo no remetente, encontraremos o nosso próprio endereço - e leremos juntos as informações dispostas no verso que justificam o esvanecimento da nossa polaroid.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
.oito ou nove horas.
domingo, 2 de outubro de 2011
Confesso que sobrevivi
Mantive minha nuca ajoelhada o quanto pude.
Todavia, meu ventre não cabe mais naquele sub-sólido. O peito nômade que você conheceu se separou de mim no mesmo dia do nosso último encontro, na escrivaninha do 16º andar.
"Se Deus não existe, tudo é permitido?"
terça-feira, 27 de setembro de 2011
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Uma criatura Dócil
"Os condenados à morte, dizem que eles dormem profundamente na última noite."
( Dostoiévski, dançarina do Congo no dia seguinte, Vila Bela da Santíssima Trindade/MT )
sábado, 17 de setembro de 2011
.sobre êxodos e mergulhos.
Anda, volta o tempo e perde a chance de me conhecer. As cousas serão bem diferentes a partir de agora. Tenta não cair em mim, pois o ritmo é outro, e nossa valsa há tempos parou de ser tocada. Volta para terra firme, para a borda do mundo que erguemos juntos. Nosso amor assoreou nossos corações, e nossa incúria salvou a capacidade de sentir. Eu sinto muito, rapaz, mas em mim não mergulhas mais. Afogo outros, e que isso fique claro: eles me nadam muito melhor.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Meo Benjamin,
Quase esqueci das nossas cinzas.
Meo, já me sinto um cadáver. Prestes a embarcar para a rússia. nem com óculos de sol consigo enxergar um palmo diante do nariz. Passo os dias atrelada à cama. fumando e bebendo coca-cola-cerveja-coca-cola-cerveja. Estou cada dia menor. Meus dentes, começam a cair lentamente.
Saio daqui a pouco pra encontrar o pessoal do pedal noturno. Um beijo! Não se preocupe, consertei a bicicleta. Troquei a lâmpada, tirei o freio, pintei de verde a roda da frente, ficou semi-nova. Não esquece de colocar as plantas da janela. Ah, deixei um suco de maracujá com banana pronto pra você na geladeira!
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Bilhete anunciado nas entrelinhas de uma suspeita de consentida tra-tr-traição
Agora me olha bem, para poderes com humildade me esculpir em tuas retinas. Meu bem, irei te deixar.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Meo Benjamin,
- Assim?
domingo, 14 de agosto de 2011
A Janela
Na parede do mundo abre-se a janela:
Somos paisagem.
O olhar cruzou fronteiras de vidro:
Somos estrangeiros.
A alma navega em barcos de luz:
Somos naufrágio.
Pássaros flutuam na manhã cobalto:
Somos cantiga.
Surge a lua nova em nossa lucidez:
Somos transparência.
Na parede do mundo fecha-se a janela:
Somos a viagem.
terça-feira, 12 de julho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Islã
- Contar touch art é como fazer a distância psíquica existir outra vez.
- Meu colete moral diminuiu de tamanho.
- Afinal, você é um homem ou uma lata?
quarta-feira, 4 de maio de 2011
encontrei nossos 3 pássaros mais leais construindo um ninho
capaz de nos carregar sobre o vento infinito.
Já não nos preocupávamos mais.
Por mais alto que fossem os ares,
nos agradaria criar guelras
e agora habitar a imensidão salgada.
De nossas árvores,
escrevemos cartas nas folhas que partiam com as estações ˜ ˜
sábado, 30 de abril de 2011
Foi assim que o matei
O céu estava prestes a partir-se. Eu aguardava que dele caíssem pedaços estrondosos e consistentes, como o barulho que os trovões premeditavam. Por ora soavam graves, como se uma rachadura percorresse toda a extensão do céu. Por ora soavam tão agudos como se uma delgada peça de cristal tivesse sido lançada violentamente contra o chão.
O caldo grosso gotejava corpulento por sobre o telhado cor de aurora. Os pingos ávidos refletiam o piscar do céu, para, logo em seguida, tornarem-se novamente transparentes.
Meus três meses de Neruda haviam se encerrado. Me despedia de Neruda como se ele houvesse morrido no instante que fechei suas memórias. As minhas lágrimas escorriam junto com a chuva imperatriz, como se houvesse cumplicidade entre elas.
A luz dos raios também era conduzida pela salinidade das lágrimas do meu rosto, que abandonava sua luminosidade diáfana momentaneamente para colorir-se de um prateado númbico, que quase me cegava.
Me despedia não só de Pablo, me despedia de você. As fantasias e o ideal romântico, tão ingênuo e frustrante, escorria rastejante, dissolvendo-se pela pedra clara do chão da calçada. Não existia rancor, não existia saudade, era só uma interpérie de realidade que me sacolejava dizendo-me que não existia foguete capaz de alçá-lo a distância mais que lunar que meus sonhos te levaram. Você se transformou em moléculas rarefeitas no infinito disparatado do meu espectro.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Quarto e sala,
segunda-feira, 4 de abril de 2011
a lot like you
somos tan libres, aunque vivimos a buscar lo mismo..
hay una canción perdida en mi pecho
está entre las piedras y los sueños
para encontrarla tenemos que olvidarnos de los nombres
todas las ropas que nos han vestido
están rotas y no nos sirven más
llenos de pensamientos desnudos
leves como las hojas a desprenderse del árbol
vamos, a buscar sabiduría en vida
a crecer y aprender con las estaciones
he perdido mis fronteras, ya no quepo más en mi
hay un tanto de ti por toda la gente
camino a cosechar este néctar repartido
ya sé llevar conmigo apenas lo mejor de cada uno
lo que pesa menos, lo que tiene alas y ojos iluminados
en un cielo de astros vagarosos
navegando entre sueños de infinitas alas
mi esperanza es como un pájaro recién nacido
a confiar en el viento, a entregarle su alma
dulce son los sonidos respetuosos de silencio
los que cuándo muchos se reconocen uno
harmonioso y amable,
mi nuevo cuerpo va a buscarte
mi compañera, mi libertad..
quarta-feira, 2 de março de 2011
Putinha Feelings
A noviça reportou ao pai honrado:
- Meu senhor, por vezes um desconhecido tem me tomado em seus braços, e obtido de mim o que seus instintos desejam. Ao final de tudo papai, me sinto frágil e úmida.
O honroso disseminador se pôs a balbuciar:
- Gritaste ao menos contra o agressor, miserável tolinha?
- Não, meu pai, não convinha. Pensei que isto poderia lhe tornar triste, coisa que iria piorar o ato.
- Lhe tornar triste?
- Sim papai.
- Pois então tu és a centelha de todas as putas do mundo!
Sendo alta a noite, tempo muito perigoso, a putinha se pôs a fugir com pés de Mercúrio, como quem sabe que é do mundo.
- Se for preciso incomodar o provincial, estarei dia todo a procura do gozo primordial.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Suicidade - Lidiane Barros
domingo, 6 de fevereiro de 2011
bebi um copo de silêncio pra ganhar o gosto grosso de tua barba em minhas costas.
o dia em que contei sobre meu desespero você desejou o esquecimento, mas só o fiz por solidariedade
a mim.
nutria-me, o teu sofrimento.
bebia teu desejo cravando-te as unhas antes de tecer grandes fios de tédio.
pintamos uma quadrilha tão frouxa quanto o laço de meu vestido em tuas mãos.
estamos sós e m'esqueço aos poucos
que só retrato os amores que mato.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Epi Fânia
- Olha o velinho comendo uma goiaba enorme!
Ela me disse isso como se comentasse sobre o aumento da tarifa taximétrica.
Linda e breve, ela interrompia a estereotipia da rotina deplorável com as suas percepções insólitas. A naturalidade em descobrir a poética da exatidão mínima me enchiam de tesão. Quanto mais ingênuo, mais transcendental era o sexo, mais eu me transformava em algo que não era eu. Não pude mais aturar e, a partir desse dia, eu a apelidei de Epifania.
O trovão parecia anunciar a guerra,
algo desmoronava
próximo Dali.
O medo pervertido subia pelo lençol que mal tocava os pêlos
E o corpo que mal tocava os pêlos, desmembrava flutuante,
Espectrando o ego
Na volta para casa, figuras míticas, putas, trabalhadores, apostadores. Todos seguiam o cheiro da noite, cada um no seu rastro. Eram onze horas. Ainda não é madrugada e o breu ainda reflete os olhos cansados de crianças sonolentas. Em breve, ele será o desenho das pupilas desejantes da boemia que se espalha por toda cidade. A boca da noite engolia os corpos, nos tornando um bolo estomacal antes de transformar-nos em merdas arrastando-se pelas artérias de São Paulo iluminada pelo lusco-fusco.
- Merda ao sol é um espetáculo quase tão lindo e raro quanto Aurora Boreal!
Eu tentava escovar os dentes, livrar a boca do bouquet da ressaca, enquanto ela refletia sobre o raio de sol exato que transformava o marrom da merda em um tipo de dourado escuro, cobre.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Tirei os sapatos e saí para caminhar.
Hoje acordei cedo e molhei as plantas.
Agora tenho um jardim para cuidar.
Choveu um oceano no Rio de Janeiro.
O jardim se afogou e estamos ilhados.
Entre o silêncio e o piano, sinto
a eternidade de nossa natureza.
Às vezes me invadem ruídos do passado.
É preciso acalmar e seguir.
Não há mais tempo para desamor.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Meo eucípedes,
- estou por um fio.- teça.- não posso, perdi todas as medidas.
Silêncio
Lidiane Barros, 5h13 AM