segunda-feira, 26 de julho de 2010

for no one


larguei dois dedos de meu corpo em suas mãos quando lhe disse foda-se.

depois corri pra rua de olhos fechados, de modo que a lágrima escorresse pra dentro.



sexta-feira, 23 de julho de 2010

32ª счастье


Foto: Júnior Silgueiro


Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel
Uma mulher, uma beleza que me aconteceu
Uma Gaia, que esfregou sua pele de ouro marrom contra meu eu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel

{Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateu...}

Disse ela que com alguns homens foi feliz, com outros foi mulher
Assim como eu
Gritou que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amor
E espalhado muito prazer e muita dor

Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Porque ela vai ser o que quis, inventando um lugar
E eu corri para o violão, num lamento, e a manhã nasceu azul

Como é bom poder tocar um instrumento, um membro.

O que eu mais gosto das descobertas da simplicidade sensível é que ela faz o tempo derreter sem agonia. Ele só não pára, porque ainda há uma tríade hipócrita que se preocupa em não deixar que ele pare. Hipócrita é um pouco abusado, como diriam os bons costumes. Falsificador, bandido, e oportunista. Não, eu não estou a falar dos políticos contemporâneos. Eu estou falando sobre a revolta do superego, esse sujeito social que faz com que a alma e o corpo não possam condizer.

A revolução é importante, porra! Porra! Porra! Porra! Porra é um senso de verdade. Orgasmo feminino é uma falsificação desse senso. Basta comparar etimológica e sensivelmente. O que seria o feminino de porra? Porra! Sim a porra, apesar de não ser um desígnio feminino é uma palavra feminina. Ou seja, as suas mulheres não falam: vem lamber a minha porra!? Mentira, falam sim. Nada como fingir que é dor a dor que deveras sente! Viva o poeta de vários nomes! Poeta ator. Poetaor. Poetaor, está aí uma palavra que não existe, e que pode designar que você escreve ao atuar o sentimento que você captou. Nada como chorar com lágrimas pulando dos olhos, caindo pesadas nas maçãs da bochecha corada, estimulada, ensangüentada do choro que vem do fundo do corpo. Viva o Arnaldo Antunes! Aquele que lem bra q eu qebro o m a x i m o q u e e u POSSO o |limite da lingüística aplicada.! E o orgasmo e a porra? O suquinho e a porra? O cremosinho e a porra? Se eu tivesse um restaurante teria pratos com esses nomes: tagliarini ao cremosinho, com porra salpicada ao cu. Nada como ter escola!

sábado, 17 de julho de 2010

jobim

tirando o trabalho ando assim cantando que o tempo é triste e que você é o que resiste ao desespero e a solidão.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Jamais vestira confusões em suas palavras.
O silêncio sempre fora maior
que qualquer imposição de um sentido próprio.

(Para o respeitar do instante
mantém-se
a mesma meditação cautelosa
sobre o dividir-se.

É como compreender
que para estar junto é preciso
unir’sem desordem.)

Seus olhos caminhavam cheios de encontro.
No cruzar de sua permissão
despida, desorientava julgamentos excessivos.
Não há nada capaz de escapar

o vazio

entre o foco e a claridade
de uma retina entregue. (Aqui cores
banham emoções sem dor, abrem
os braços e desfazem enganos
sozinhos.

Não há
nada em si que se deixe espalhar

sem estar inteiro.)

- Por favor,
pedaços pequenos
só serão restos se deixados
largados
ao peso
do tempo. (Já não sabemos mais
como voltar atrás.)