de Paulo Bomfim
Na parede do mundo abre-se a janela:
Somos paisagem.
O olhar cruzou fronteiras de vidro:
Somos estrangeiros.
A alma navega em barcos de luz:
Somos naufrágio.
Pássaros flutuam na manhã cobalto:
Somos cantiga.
Surge a lua nova em nossa lucidez:
Somos transparência.
Na parede do mundo fecha-se a janela:
Somos a viagem.
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