domingo, 14 de agosto de 2011

A Janela

de Paulo Bomfim


Na parede do mundo abre-se a janela:
Somos paisagem.

O olhar cruzou fronteiras de vidro:
Somos estrangeiros.

A alma navega em barcos de luz:
Somos naufrágio.

Pássaros flutuam na manhã cobalto:
Somos cantiga.

Surge a lua nova em nossa lucidez:
Somos transparência.

Na parede do mundo fecha-se a janela:
Somos a viagem.

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