sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Meo Benjamin,

Hoje aqui em casa apareceu uma caneta de um tal José Carlos. Pelo formato da ponta acho que é um desses que escrevem com a caneta quase encostada no papel, que faz com que as letras deitem sobre as linhas umas do lado das outras parecendo ventania de lá pra cá. Engraçado que fiquei olhando o corpo destransparente dela... O papel branco rasgado despretenciosamente com cuspe e força dos dedos. A tampa azul sem mordidas nem cicatrizes

Quase esqueci das nossas cinzas. 

Meo, já me sinto um cadáver. Prestes a embarcar para a rússia. nem com óculos de sol consigo enxergar um palmo diante do nariz. Passo os dias atrelada à cama. fumando e bebendo coca-cola-cerveja-coca-cola-cerveja. Estou cada dia menor. Meus dentes, começam a cair lentamente.

Saio daqui a pouco pra encontrar o pessoal do pedal noturno. Um beijo! Não se preocupe, consertei a bicicleta. Troquei a lâmpada, tirei o freio, pintei de verde a roda da frente, ficou semi-nova. Não esquece de colocar as plantas da janela. Ah, deixei um suco de maracujá com banana pronto pra você na geladeira!

Um comentário:

Anônimo disse...

sont des signes du déclin de l'empire américain.