quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
meo eucípedes,
Carrego sim nosso passado nas costas do meu novo sotaque, algum problema? Do lugar que criei saudade já esqueci até o nome, tem razão. Não sei você, mas por aqui passo as tardes a limpo embaixo de sombras de folhas de cimento. O trânsito não é como o do mês passado, está voltando ao normal. Ontem mesmo fiquei dias esperando o sinal abrir, parada, em frente daquela promessa vazia 24 horas onde compramos nossa primeira ponte de concreto, lembra? Concordo quando diz que os detectores de metal de hoje em dia procriam mentiras desonestas em proporções continentais. O jornalismo é podre mesmo. Mas não se zangue, li que dentro em breve árvores de latas de Coca-Cola gelada nascerão as dúzias em praças públicas. Por enquanto, continuo classificando como art noveau tudo o que não sei dizer, aliás, fiz um colar com minhas velhas desculpas. Vintage, né? Apesar de seus pesares, meus anos contidos no RG foram multiplicados por números primos de primeiro e segundo grau. Mesmo assim, aceito de bom grado seus elogios hipertensos. Entretanto, informo que meu presídio já não tem capacidade para promessas de alta periculosidade. Sobre as previsões astrais que embrulhou, eu as deixo para quem quer que seja.
- Um kg de gentileza, por favor.
- E pra beber? Hoje é promoção de paciência!
- Por favor, um copo grande. Ah, e inteligência tem pra vender?
- Sim. Tem livro-limão, caramelo-calculadora e bíblia-biscoito.
- Pode ficar com o troco.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Poema Roubado
Te vejo em Maio.
Pois o meu céu ainda não Abril.
Despedaçado!
Eu Julho que ate lá, estarei Agosto,
tato e ouvido só pra ti.
Te desejo não nego; mas me contraio.
Uma vez que a cama de casal comportava mais que um; quando um éramos.
Hoje deposito meus sonhos em um colchão de Fevereiro.
( Já passou meu carnaval. )
Portanto não se iluda.
O reencontro desta ligação perdida
Será a resposta para todas as chamadas não atendidas.
Dessa vez é Outubro ou nada?
(Raiva recolhida de uma forma bem explícita.)
Ah, se você soubesse como dói quando eu Novembro de seu atletismo com as cercas.
E eu em cima do muro com a dúvida que ainda me cercas:
- Te amo ou te mando a merda? [...]
Sem ofensas...
São apenas resquícios de paixão mal resolvida.
Sem necessidade de explicações para os erros.
Tempo esgotado, agora, promessas só em Janeiro.
Você vai sentir, espere ate a hora marcada.
E que fique claro!
Não é para magoar o seu ser,
E sim acalentar o meu estar.
E novamente ver seus olhos ardendo de desejo...
Provocado por algo que só o Amor tem.
Disso, eu Dezembro bem.
(De Antonio M. p/ Rodrigo M.)
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Pú-bico
(Zero) ºª╣
Um fiapo de luz se embrenhou numa fresta fina e lúcida
Requerendo tempo entre suas constelações, foi-se aos poucos a caminho do mar, como quem vai de vez entregar o pesar de mil peitos a chorar.
(invejosa/caridosa/maldosa)
START de um cheiro sem fim
Uma pequena luz se fez presente naquele corredor - que apontava uma escada abaixo, do outro lado /
Ali, naquele momento, nada lhe garantia o céu quando a arisca luz se fez ausente ao longe, no firmamento.
Tengo una objeción! Esperneou sabe se lá quem.
- Talvez fosse ninguém mesmo, como costumam ser esses dias opacos e sem febre, sem graça.
A infelicidade que outrora caminhava parceira de horas fiat lux em mil sentidos de alegria agonizante, caminhou entre fachos de clarão (eternos caminhos d’ouro) e arborizou sentidos de concreto.
PON DE REPLAY (side two)
(1) – E entre línguas afiadas ela novamente se fez fóton: queimando tal qual uma fênix,
para finalmente poder brilhar. Era vista novamente, subindo degrau a degrau. Fez curvas nos olhos do espectador solitário da vida. Estava a admirar sua nova companhia.
Um feixe de luzes!
A luz de todos os sóis invadiram aquele quarto. Aquele dia. (O vento à janela).
Salamandras convidaram ondinas e fadas para saltitar em graça. Saltitaram então todas emocionadas e sopravam cânticos de atrofia.
Chistes surdas se faziam sentir, entre sentidos agora já não mais precisos. A necessidade de clareza já não se fazia mais incandescente.
Já não era mais luminária de si mesma; por que for the very first time a casa da razão deixara de ser ocupada pelas trevas.
O amor deu lugar a razão. (Cocoricóóó!!!)
Os amores caíram em desuso. (Finally.)
As portas já não cantavam mais canção. Alguma.
O ardor do peito já não se chamava mais paixão.
Tudo culpa da razão. (guilty!!!)
desse brilho agosto e eterno do iluminismo burguês que nos assombra como que para sempre;
dessa raza consciência de viver sobre dois pés, dois mundos, dois cursos.
O do medo e o da razão.
Já não se é mais permitido o costume do amor e suas entre-linhas entre-vadas entre-mortas entre-claras. O corpo já se cansou de séculos de negrume/trevas/espera&desejo.
Todos querem o doce do algodão.
A razão, a mãe de todas as luzes, se engavetou na cabeça dos homens.
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MURO das SOFREGUIDÕES
Ohhh, pobre dos homens sofridos rastejantes sem fim, a fixar seus olhos no chão, com receio de nunca encontrar seus sonhos. Encarem a vida homens! Encarem o sofrer. Sejam carne destemida, sejam fulgor eterno! Sejam carne/sejam alma.
Cambie para seus próximos, e torne-se um de todos.
(Nós homens, somos um todo. Um corpo, uma só paixão, um só amor. E também uma só luz e uma só escuridão. Portanto, somos dois e somos muitos. Somos o prazer da contradição e o esquecimento da razão - MENtira). Um erário mental pá mim, pu favó.
{inter-texto}
[E de longe, do final do corredor para ser mais exato, onde nascia a temorosa escada, ouviu-se um soneto de voz: Esqueçais a luz, esqueçais a miséria à escuridão. Um vem outro vai, eles se encontram dentro de ti, se misturam fora e se acobertam no frio.]
Do começo ao fim, um não anula o outro: são amantes roseados, parque de flores e abismos acalmados. E são piso e pé.
São o trigo do joio, e o oposto do início. São e deixam de ser ao mesmo tempo que nunca o são: sempre estão. Quesadillas calientes en mi lengua.
A luz, negação suprema do escuro, e sua maior legitimadora.
(amar é novalgina)
A luz que se faz ausente todas as noites para acompanhar os amantes, os bêbados, os párias, os filhas da puta, os filhos de festa. A luz que traz passarinhos à companhia de morcegos, que se entrega em escuridões para se fazer esquecer, novamente. A luz, que se esmera em preposições, concatena situações, num circo semiótico infindável.
- Oh fiapos de luz que se jogam ao mar: tragam a resposta exata sobre o nada!
Nem um canto de merda que se preze merece tanto espaço assim - se pôs o bosta a pensar.
Alf de Maur, Alf de Maur, gritou inconsistente.
(resposta em off): darknesssssssssssssssssssssssssssssssssss................................
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
"hoje papai morreu"
aquela história do seu pescoço ajoelhar não sai do meu subsolo das memórias nem pra beber água fresca.enquanto você falava da nuvem que tinha encontrado no seu café, eu lambia palavra por palavra como se cria minha [elas] fossem também. amordacei as vogais abertas e abri circunflexos até que obtivessem formato ondulado de acento nasal.os verbetes ficaram todos com sonido aumentativo.os ventres [ainda pendurados] repercutiram em gente recém-nascida árvores a serem povoadas.
- dedos, meras cavidades. não dizem nada. deixa pra lá.
- dedos, meras cavidades. não dizem nada. deixa pra lá.
- deixa. deixa teu pai ir, também, então.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Por ele.
Não há nada para falar.
Cooperam-nos os pântanos de chuva escorrida pelas janelas dos condomínios empoeirados.
A noite lá fora exagera nas luzes, está tudo tão laranja.
Imaginação é apenas um tipo de luz. E a luz é toda a mesma. Resta apenas o facho vazio.
não há nada ali para se compensar, tudo azul.
se você pensar que mesmo ali onde não há nada, algo resta, então sim
foxlight on old ground
são oito, sete da manhã. ele caminha como quem quer algo. ele quer.
suas ilusões pairam em rosto claro. nada esconde, nem nos vãos de seu sorriso calmo, nem nas rugas dos seus olhos laterais. Ele se aproxima com uma xícara de café no meu pescoço; quer?
já são três meses desde então. ele esta sentado na minha cama e olha o quadro na parede. é um quadro surrealista. que ironia. Arremesso-me em seus braços e digo-lhe para me arrancar do chão como um vendaval. Carnaval. Ele simplesmente me olha, pensa em dizer, faz menção e... não diz.
Tantas noites passam por minha cabeça, agora deitada nesta mesa, e pensar nele, justamente, me faz pensar em coincidências. suas coincidências. jogo com o destino entre minhas pernas, estou sã. Quando ele vêm?
ele veio noite destas para jogar um xadrez com a gente. trazia uma música embaixo do braço, acho que era beirut. boas intenções de nada valem: já estávamos embriagados. perguntei-lhe para que tantas palavras, e, atrelei ainda, porque não jogar sudoku sozinho. ele sumiu. assim. repentinamente. chegou a paula ao lado e sussurrou que não era por mal. olhei-a com maldade. se ela soubesse. se ela soubesse não saberia. maldito. agora o procuro, dia após dia - chove sem parar. encontro-o nas minhas cicatrizes.
soube dia desses que ele estava enfaixado, por aí, em alguma causa perdida. tenho certeza que não esta mais perdida assim. qual é cara, você pensa que basta? basta bastar? sorrir? por favor, isso pode ser, e é incrível como te odeio por isso. Alimento a saudade com bílis. sangue jorra pelas veredas. céu aberto em raio dobrado. tive uma epifania.
Embriaguei-me em alpha, e se meu cérebro não derreter hoje, silencio minha noite em delta. idoser é para os fracos.
nasceu meu filho esta manhã. é ruivo. dizem que, os médicos dizem, que ele não nasceu no lugar errado. olho-os com uma mistura de torpor e sonho, e pergunto se deveria me perguntar por ele. talvez se. talvez se eu soubesse a resposta não faria a pergunta e ele estaria aqui ainda. como deixar o tempo viver? olho o bacuri nos olhos e penso que a resposta esta errada. não é possível que o dia seja assim tão cheio de desesperadas derradeiras vastidões.
Algo vibra sob o solo e começa a chamar por ele. digo que ele não está.
Cooperam-nos os pântanos de chuva escorrida pelas janelas dos condomínios empoeirados.
A noite lá fora exagera nas luzes, está tudo tão laranja.
Imaginação é apenas um tipo de luz. E a luz é toda a mesma. Resta apenas o facho vazio.
não há nada ali para se compensar, tudo azul.
se você pensar que mesmo ali onde não há nada, algo resta, então sim
foxlight on old ground
são oito, sete da manhã. ele caminha como quem quer algo. ele quer.
suas ilusões pairam em rosto claro. nada esconde, nem nos vãos de seu sorriso calmo, nem nas rugas dos seus olhos laterais. Ele se aproxima com uma xícara de café no meu pescoço; quer?
já são três meses desde então. ele esta sentado na minha cama e olha o quadro na parede. é um quadro surrealista. que ironia. Arremesso-me em seus braços e digo-lhe para me arrancar do chão como um vendaval. Carnaval. Ele simplesmente me olha, pensa em dizer, faz menção e... não diz.
Tantas noites passam por minha cabeça, agora deitada nesta mesa, e pensar nele, justamente, me faz pensar em coincidências. suas coincidências. jogo com o destino entre minhas pernas, estou sã. Quando ele vêm?
ele veio noite destas para jogar um xadrez com a gente. trazia uma música embaixo do braço, acho que era beirut. boas intenções de nada valem: já estávamos embriagados. perguntei-lhe para que tantas palavras, e, atrelei ainda, porque não jogar sudoku sozinho. ele sumiu. assim. repentinamente. chegou a paula ao lado e sussurrou que não era por mal. olhei-a com maldade. se ela soubesse. se ela soubesse não saberia. maldito. agora o procuro, dia após dia - chove sem parar. encontro-o nas minhas cicatrizes.
soube dia desses que ele estava enfaixado, por aí, em alguma causa perdida. tenho certeza que não esta mais perdida assim. qual é cara, você pensa que basta? basta bastar? sorrir? por favor, isso pode ser, e é incrível como te odeio por isso. Alimento a saudade com bílis. sangue jorra pelas veredas. céu aberto em raio dobrado. tive uma epifania.
Embriaguei-me em alpha, e se meu cérebro não derreter hoje, silencio minha noite em delta. idoser é para os fracos.
nasceu meu filho esta manhã. é ruivo. dizem que, os médicos dizem, que ele não nasceu no lugar errado. olho-os com uma mistura de torpor e sonho, e pergunto se deveria me perguntar por ele. talvez se. talvez se eu soubesse a resposta não faria a pergunta e ele estaria aqui ainda. como deixar o tempo viver? olho o bacuri nos olhos e penso que a resposta esta errada. não é possível que o dia seja assim tão cheio de desesperadas derradeiras vastidões.
Algo vibra sob o solo e começa a chamar por ele. digo que ele não está.
domingo, 3 de janeiro de 2010
...
por carta te mandei uns verbos que mordessem, em meu nome, o pescoço do teu desejo.
então estalei
[com a penúltima faísca do teu cheiro]
a memória-movimento de meu corpo preciso.
"há esquecimentos que doem, outros que falam"
num tem?
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