eu, só sede de álcool, já me preparando para substituir por um chá qualquer. parece que a chuva da rua entrou em casa, não inundando o chão, porque enxugada por mim. éramos cinzas, ambos. mas hoje eu não tinha fome de vida, apenas a ânsia de cerveja, que me lembrou aqueles nossos dias em buenos aires - confesso que não pela tua presença que parece não haver na memória, mas pela cerveja que bebemos naquele bar da recoleta com os militares americanos que matavam crianças na colômbia e nas férias bebiam cerveja de mel com brasileiras mais loiras que suas conterrâneas, deixando a consciência naqueles copos, falando baixo e rindo alto. a saudade, só da cerveja que não encontro nas ruas brasileiras, nos bares caros, nas casas do ramo e sequer em nosso supermercado tão nosso.
não sei mesmo porque digo isso, não gosto daquela cidade, apenas de sua cerveja de mel. e não gosto daqueles americanos, apenas de sua capacidade de esquecer, seéqueesquecem, eu penso.
ali fora, a chuva permanece e não há cerveja na geladeira, minha alma seca (leia-a como quiser sÉca, sÊca, tanto faz). não me diga que ainda é sexta-feira, passa da meia noite e vou tentar acreditar que amanhã - que amanhã bem cedo - o barulho de chuva me abandona. serei apenas cevada e lúpulo.
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