segunda-feira, 21 de setembro de 2009

From...

Nunca o havia visto em outro cenário que não aquele mesmo do qual ele parecia nunca ter saído. O lugar onde o conheci.

Ele tinha o cheiro daquelas paredes, a cor liquidificada da casa inteira, a moldura lusco-fusco contempladora das seis da manhã pela janela. Meu temor era vê-lo fora de lá e não reconhecê-lo. Será que ele vai deixando um rastro de cores por onde vai passando, e, quanto mais se distancia, vai se tornando pardo, cinza, até virar mais uma estátua da cidade?

Imaginei-o subindo a ladeira, carregando vasos coloridos para as suas plantas, com um raio de sol atravessando uma mecha-cacho do seu cabelo loiro. Um galego gingado. Com aquele ar de esperteza leve e firmeza precisa.

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