domingo, 29 de março de 2009

and then we fly

she is not afraid
of pressing
the eject button
she knows she owns
all colours
to paint her < eyes >

sexta-feira, 27 de março de 2009

things to do when at home:

1.discover how the sun can disappear everyday wherever you are
2.take a hot shower
3.drink a milkshake
4.cover valentina and sofia with kisses, hugs and little memories
5.get a cat for take care of
6.buy paint to make rainbows
7.visit my grandmother and my friend who is expecting a baby
8.go to the cinema
9.swimming in chapada and run in firmament
10.blow away around you
11.stay at home
12.ask people where love comes from
13.choose a cloud to eat for breakfast
14.remember the names of the smaller cities that i went to
15.remember all the kind of voices i heard in the last two years and find a song for each one
16.forget my promises

quinta-feira, 26 de março de 2009

new love song

she was born
in (between) words
and grew up sailing
among the lines
'til she was noticed (ad)dressing
eyes of outside [[[

he woke up
as sunflower's field
waves on colours
right on time
to learn how to whistle
every morning love


(and we were drowned onto
our everlasting song)

sexta-feira, 20 de março de 2009

A chão coberto

Enquanto os outros costuravam a ponto-cruz, ele brincava de ponto-de-vista. E foi construindo sua desordem com metáforas e números imaginários. Não gostava de interrogação e contentava-se com respostas de três pontos. Dizia que tinha esperado um ano inteiro pra nascer, por isso não tinha pressa e só fazia aniversário em dia de eclipse.
Nunca fora a escola, mas contava estrelas ao meio-dia e as pontas das coisas. Sabia, por exemplo, quantos cantos tinham uma mesa, uma tesoura, uma rosa, um violão e um passarinho. Sabia também quantas mesas, tesoura, rosa, violão e passarinho tinha seu canto de ser.
Vivia a ilusão dos outros e se sentia morrer quando inventavam continuação para o assunto. Preferia silêncios, mar e tesouros como conchinhas e madrugadas que não evelhecem.
Diziam dele imitações e que era a mãe de sua própria naturaleza.
Ele se ria do falar e só se doía quando paria palavras compridas. As amamentava até que tivessem vida própria. Explicava, "mesmo que difíceis de pronunciar quando crianças, tem de se criar porque depois cabem até da boca de uma gotinha do orvalho". Até as mentiras floriam com suas explicações de ás vezes.
Sumiu numa terça-feira ao pôr-do-sol.
Há quem diga que saiu correndo deitado na chuva. Outros juram que o viram transformar-se em estatísticas, dicionário bilíngue e giz de cera derretida em pleno veleiro em alto mar. E ainda há gentes gastando grana preta pra (des)acreditar.

quinta-feira, 19 de março de 2009

simples deixar

será que eu sou
uma eterna insatisfeita,
ou que eu somente
vivo em uma outra pulsão?

de não querer ser
ego que clama feitos
sofridos de fama

e estampa ser o que p(u)der
sem jamais ser o que só é

quarta-feira, 18 de março de 2009

A céu aberto

Narrou-me sua saga durante semanas magnéticas. Canções de sementes, óleos, tosses, nós, cabelos e um veleiro. Então, tendo estado tanto tempo acordado, foi dormir, dizendo enfaticamente apenas que "nunca houve embarcações em meu mar, o furioso mar em ebulição de um titubeante cowboy perdido, par excellence, em sua vaga trilogia lançada ao vento litorâneo".

terça-feira, 17 de março de 2009

estatuto

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

segunda-feira, 9 de março de 2009



Ele era alto, rígido e seco
como um eucalipto.
Nascido para meu coração
em dias tensos
em espera vazia.

Parasita de encantos
imaginados
como frescor de fruta suculenta
((de sabor e de cor.))


Incapaz de amar
por inteiro (se entregar
dimensionalmente
a florescer
tons leves sorrisos toques
alma).


Ele era como todos.
Queria crescer
entre os vales
mais altos

certeiro e rápido
como boa máquina tecnocrata.
Completo em certezas
e saberes
de como se

é.


Repleto de caminhos
t_r_a_c_e_j_a_d_o_s
entre planos vastos
e lucrativos.


Para exister
e perceber
com a glória de se estar
no
CUME
do vale visível.


Enquanto eu
Ah, eu


queria
sentir comigo
o perfume (da flor
que nasce no dia sem
ter ou crer em vida alguma)
além do violeta
de suas pétalas caídas

despertar do voo
flutuante

de encontro ao vento ˜˜˜