terça-feira, 27 de setembro de 2011
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Uma criatura Dócil
"Os condenados à morte, dizem que eles dormem profundamente na última noite."
( Dostoiévski, dançarina do Congo no dia seguinte, Vila Bela da Santíssima Trindade/MT )
sábado, 17 de setembro de 2011
.sobre êxodos e mergulhos.
E se te tive pouco nítido, foi por pressa. Antes de pulares, ainda gritei teu nome. Avisei do perigo, consultei bulas e li mãos alheias. Tudo para o teu bem. Não me ouviste, ignoraste o meu cuidado, julgaste ímpia minha preocupação. Vi bem teu movimento de desapego, o teu olhar de descaso e teus gestos imprecisos. Estavas úmido já, e eu percebi bem isso, rapaz. Sim, pois não sou tão boba assim. Não adianta insistir, pois neste lago aqui não pulas mais, e muito menos vais prender a respiração em apertos meus. Não, não. Estás fora de foco adrede, e se te gravei neste instante decisivo - perdoa-me, Bresson - é para saberes que ainda tenho algum orgulho.
Anda, volta o tempo e perde a chance de me conhecer. As cousas serão bem diferentes a partir de agora. Tenta não cair em mim, pois o ritmo é outro, e nossa valsa há tempos parou de ser tocada. Volta para terra firme, para a borda do mundo que erguemos juntos. Nosso amor assoreou nossos corações, e nossa incúria salvou a capacidade de sentir. Eu sinto muito, rapaz, mas em mim não mergulhas mais. Afogo outros, e que isso fique claro: eles me nadam muito melhor.
Anda, volta o tempo e perde a chance de me conhecer. As cousas serão bem diferentes a partir de agora. Tenta não cair em mim, pois o ritmo é outro, e nossa valsa há tempos parou de ser tocada. Volta para terra firme, para a borda do mundo que erguemos juntos. Nosso amor assoreou nossos corações, e nossa incúria salvou a capacidade de sentir. Eu sinto muito, rapaz, mas em mim não mergulhas mais. Afogo outros, e que isso fique claro: eles me nadam muito melhor.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Meo Benjamin,
Hoje aqui em casa apareceu uma caneta de um tal José Carlos. Pelo formato da ponta acho que é um desses que escrevem com a caneta quase encostada no papel, que faz com que as letras deitem sobre as linhas umas do lado das outras parecendo ventania de lá pra cá. Engraçado que fiquei olhando o corpo destransparente dela... O papel branco rasgado despretenciosamente com cuspe e força dos dedos. A tampa azul sem mordidas nem cicatrizes
Quase esqueci das nossas cinzas.
Meo, já me sinto um cadáver. Prestes a embarcar para a rússia. nem com óculos de sol consigo enxergar um palmo diante do nariz. Passo os dias atrelada à cama. fumando e bebendo coca-cola-cerveja-coca-cola-cerveja. Estou cada dia menor. Meus dentes, começam a cair lentamente.
Saio daqui a pouco pra encontrar o pessoal do pedal noturno. Um beijo! Não se preocupe, consertei a bicicleta. Troquei a lâmpada, tirei o freio, pintei de verde a roda da frente, ficou semi-nova. Não esquece de colocar as plantas da janela. Ah, deixei um suco de maracujá com banana pronto pra você na geladeira!
Quase esqueci das nossas cinzas.
Meo, já me sinto um cadáver. Prestes a embarcar para a rússia. nem com óculos de sol consigo enxergar um palmo diante do nariz. Passo os dias atrelada à cama. fumando e bebendo coca-cola-cerveja-coca-cola-cerveja. Estou cada dia menor. Meus dentes, começam a cair lentamente.
Saio daqui a pouco pra encontrar o pessoal do pedal noturno. Um beijo! Não se preocupe, consertei a bicicleta. Troquei a lâmpada, tirei o freio, pintei de verde a roda da frente, ficou semi-nova. Não esquece de colocar as plantas da janela. Ah, deixei um suco de maracujá com banana pronto pra você na geladeira!
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