sábado, 22 de maio de 2010
no retorno a cidade das 13 pessoas eu me encontrei sem acentos. seco como uma folha. perdido como vento. azul como o tempo. perto como o longe. cruz.
...choram, mas nao choram a morte da vida: apenas derramam lagrimas.
dancam os corpos, mas nao o fazem nus.
tocam instrumentos, mas nao encostam o ouvido na alma.
cantam, mas nao sao passaros.
eu quero em mim um muito de estupidez e arrogancia, e um tanto de boa saude.
eu tenho em mim o sonho, porque o estranho homem que toca, chora e danca usa a realidade como muleta de seus deficientes sentidos.
eu quero a magica, a mentira, o verso.
eu sinto aversao a exatidao do pratico, do agir.
os tristes homens vivem a merce das regras, dos efeitos, do palpavel.
eu quero so o sonho, so o sonho, aquele la de longe que nao me pede acento.
eu e minhas colheres, guardanapos, facas e mesas.
que nao me pedem a existencia: so me exigem a vazao do que carrego no coracao.
eu nao tenho paredes, muros, bandeiras, selos, cadeiras, limites, fronteiras. Paises e nacoes nao existem em mim.
nem acentos.
e eu toco a vida com o coracao colado ao invisivel.
yo te quiero, vida.
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4 comentários:
nós, que fecundávamos leis para constranger dentes.
tu, que refletia metades sem fim e nunca contava as marcas da estrada.
e.u.a.
queria um celular pra conversar com meus pneus god - zica. e talvez comprar flores mortas. sim, irei a feira de almas!
U.R.S.S.
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