segunda-feira, 1 de março de 2010

Um dia

o homem caminhava sem olhar para trás, ou para os lados. seguia apenas os passos de suspés gigantescos, seu tênis e cadarços soltos
entrou numa cafeteria, comprou seu café sem açucar, expresso, sentou-se à frente da avenida. saboreou aquele momento de preparação, teria de atravessar ainda alguns percalços antes de chegar à praça
ele tinha nome, e tinha amigos. s empre sorria, e cantava como se não importasse nada. era um  garoto grande e barbado, seu sonho: ser thurston moore. mas nem guitarra tinha
ele às vezes pensava que era um personagem de alguém que sonhava. sentia-se como tal. o que o tornara aquilo que ele era, e a roupa que vestia, e avoz que tinha, senão a imaginação de um outro que sonhava?
caminhava pela avenida pouca movimentada da universidade. depois da chuva, caminhar era bom, mas não era isso que ele sentia embora disso soubesse. ele sentia uma pequena ansiedade, não se sabe se do café, ou da saudade
entrara no boa. caminhava a passos largos, não tanto por pressa quanto por experiência, se ela não estivesse lá, não seria a primeira vez que. e ele já se acustumava a essa sensação de gato de schröndiger.
 
atravessara a rua de sua penúltima moradia e avistava a curva para chegar à praça. Já vai atravessar.