sábado, 18 de outubro de 2008

Une mémoire pour l'oubli

Mahmud Darwich falou de café comigo como quem senta na mesa com um estranho sedutoramente aconchegante. Não nos conhecemos bem, fato. No entanto, das folhas velhas do livro que tomei emprestado ontem ele se atirou sobre mim de forma naturalmente bonita.

Há coisas que me forçam a viver sorrateira nesse sertão, já que nem tudo são cores e sons. Às vezes tais cores e sons até lambem as lascas feridas da vida, verdade. Mas nesse caso gritam ardendo de sangue e não consigo tocá-los por cegueira, ora dos ouvidos, ora das mãos.

Acho que é quando caio esquecida no fado.

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