quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Fuga


Ela acaba de subir pelas paredes! Grita a avó assustada. Que faremos, minha filha, agora que ela se irritou com o Zé? Não se sabia ao certo, mas sentia-se, no ar frio de um dia chuvoso, que a agônica Estória se mesclava com o Absurdo e escorria por uma pontinha quebrada do quadrado da loucura. Apaixonada e não correspondida, dizem que atravessou às pressas por debaixo da perna do P e puxou para trás o braço do A manuscrito. Coitados! Gemeram de dor, disseram os vizinhos. Assim, despindo-se de cada letra oral que a compunha, derretia-se em suor e medo. Evaporava-se um pouco em cada boca que passava, mentindo e aumentando o gozo. Depois de um tempo a avó, já de toca caida, encontrou os resquício de seus dizeres numa gota de lágrima que restava gorda sem fonema algum em cima de um carro cinza, despejada no tempo, ao léu.


*fotografia, Uri Carrasco

Um comentário:

Anônimo disse...

no entendi nada puej kerida, dificil tu escritura puej, tenej que hacerlo mas facilingo pej kerida, yo se que me toca aprender portugues, pero asi lo haces mas dificil pa mi,pero miercoooles que foto linda caracter, miechi,dale linda segui asi jaja, besos