para Manoel de Barros
despertou bem cedo
]]]....como a manhã.... [[[
]]].....a sonhar dia..... .[[[
]]]...além das janelas...[[[
e soprou decidido:
...............................vou cultivar palavras
......................................................(semeá-las em jardins
....................................................................de silêncios
....................................................................até criarem
........................................................................ ..formas
......................................................................... ...cores
................................................................... e crescerem
.............................................................................. vida
.................................................................... .. .em frutos)
Aprendera com o menino do mato
que as palavras cabiam melhor
quando sentidas soltas no campo
com os pés lavrados marrom de terra
com brilho de sol
dia todo
para levantar
de novo
enxugando peso-gota de sereno
banho só de chuva
do lado de fora
em pleno canteiro
violetas, petúnias, girassóis
junto aos animais menores
perto do coração da pedra
(palavras gostam de dormir
aos olhos cheios das estrelas
que sempre abraçam a via-láctea)
Agora, assim, sabia
jamais conheceria palavra fechada
que não guardasse princípio de gosto
sem flor, sem broto
sem estações por alegrar
palavras
pelo jardim
regadas ao vento
espalhar suas letras
formar novas palavras
romper cascas sem feridas
tratar com o verde
bicos de pássaros
sapos grilos cigarras
abelhas e um beija-flor
palavras cultivadas
soltas no jardim
nunca mais esconderiam
amor maior que a dor
no desmanchar das tardes
6 comentários:
lindo Jadoca!!!! :)
"agora, assim, sabia jamais conheceria palavra fechada que não guardasse princípio de gosto sem flor, sem broto sem estações por alegrar"
"romper cascas sem feridas"
"palavras cultivadas soltas no campo nunca mais esconderiam amor maior que a dor"
essas três partes foi as que gostei mais... =) mas o poema inteiro tá um luxo!
saudade :*
vc faz da vida uma estrada, do caminho, um campo de letras em fonte maior.
o meu navio se atraca a corpos ditosos, e o vento sopra por debaixo dos meus lençois. vou cultivar palavras também.
vocês, que me acordam os sorrisos.
très bien, chérie.
me sinto sentada na grama.
attosechof todo batalhado na língua mãe do travanês.
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