Há muito que este corpo caminha envolto em fiapos de solidão.
E é sozinho que o mergulho na água gelada que jorra das veias mortas que atravessam o Norte dos meus sentidos.
Sozinho que vou emergindo, e sinto-me despertar com o corpo trespassado de frio e água. Sozinho que abro os olhos e vejo-te assim. Apenas tu. Diante de mim.
Avançam os dias e os meses e a solidão desfaz-se com os ventos que sopram do sopro do vinho seco.
Derrete-se com o calor do teu corpo, junto ao meu, quando te aperto nos meus braços.
E embriagado por esta sensação de que te tenho e cuido, com o travo na boca ao sabor cálido do café que tomamos nas manhãs de chuva, abro os dedos. E sem dar conta deixo-o partir.
A solidão fez-se música.
E perdeu-se no céu entre os últimos acordes do passado.
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