quarta-feira, 24 de setembro de 2008

De lá.

Arder dos olhos como em verdade primeira.
Quando nunca antes fosse o sempre mesmo azul?
Assim. Abria em dimensionar cristais o brilho fosco que pesava.
Só imaginação. Os sonhos.
Sempre piscar de querer.
Parecia ver da densa cor de quase ter.
Saber. Fecha tempo céu chuva nuvem turbilhão de mim.
Ainda poderia. Talvez.
Sabia.
Desejo fresco salta em forma qualquer todo pedaço solto daquele mar.
Para além. Tanto horizonte.
Visão de mirar.
Acerto sopro vento-no-cabelo tempo todo sempre agora te tocar.
A mesma onda.
Decifra atlântico aos pés de areia.
Pisar pequeno.
Doce.
Veneno.
Vento passa e deixa o que me tem. Em estar.
Azul. Sereno.

Salgado vem.
Soprar espera dela.
Para ele.

.um diálogo.


– Então começa a rezar, pois somos todos ímpios e impios demais para nos gostar.

– Partimos dos pressupostos errados. Apenas isso.

– E quem vai nos dizer quais são os certos?

– O que eu quero te falar é apenas uma vaga idéia.


Acariciou o cachorro prognata. E se silenciaram antes de iniciar preguiçosamente, mais uma vez, a mesma conversa de ontem.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

just in time

A economia era a ciência de tudo o que também não me interessava espontaneamente desde a meninice. Desde que descobri tal fato venho polindo o belo dom de sentir-me torta na linha da vida. Que é um tracejo feito às coxas conjugando pontilhos vermelhos e minúsculas retas. Sobre isso vou. Um dia talvez eu perceba que nossas vidas, que tanto se cruzam, são só o emaranhado da mesma lã cujas fibras o gato lascou as unhas. E que talvez haja mesmo, acima de nossos devires, uma senhora de óculos e coque grisalho ralhando com o dito gato e cutucando o dedo na agulha grande de tricô. Vai ver essa poeira de estrela que tentamos ser durante a vida não valha mais que um minuto e quarenta de choro sob o piano angustiado de nina.

domingo, 7 de setembro de 2008

Vestiu delicadamente olhos de saudades.
E foi ao seu encontro antes que precipitasse pensamento impedido.
Há dias respirava ares de hoje. E não havia poder resistir.

Os passos perdiam pernas de movimentos automatizados. Não existe estímulo consciente na sistemática do nervosismo.
Os olhos não sabiam de caminho trilhado. Só suprimiam o que souberam revelado por fim.
Ela estava linda como sempre que deixava sorrir sem medo de interpretações.

Imagem liberta segurava a lembrança em existir.
E era alvo e caminho e a pupila desavergonhada se abria a sorrir promessas de nunca mais ir embora.

Em sopro azul em mês de agosto.