sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Mundo cerrado


Na paisagem do cerrado
a folha seca seca
a lágrima do tamanduá.
Como procurar no chão
a sombra
da asa do urubu?
As perguntas parecem vespas:
Vêm de cima, dos lados e de baixo.
E me atingem
na hora mais cheia do sol.
Aqui no cerrado, dizem,
já amanhece meio dia.
A economia do vento
que rarefaz a chuva
só precisa dar tempo ao tempo.
O pé de pequi
me dá saudades do amarelo
e a casa de marimbondo
brinca de zumbir na minha imaginação.
Entre as árvores tortas do cerrado
meus versos procuram o fim da picada.

* poema integra meu livro inédito "Mundo Cerrado". A ilustração é do nosso craque da fotografia, Mario Friedlander.

10 comentários:

O Turista disse...

a sombra da asa do urubu?

belíssimo.

k . disse...

saudades do amarelo da economia do vento, Lorenzo.. saudades

Lorenzo Falcão disse...

Salve Katy Lapaz e Vallegrand's Man!!! O cerrado é apenas uma lembrança que virou poesia e remexe em meu coração. Saudades da minha infância quando tomava banho e pescava lambaris nos córregos da vida.

Anônimo disse...

o cheiro parecia piqui perdido na braquiara. a curva d'água era um loro fazendo rebuliço com o fim da picada. eram pura estripulia cerradeana molhada de rio Hudson.

Anônimo disse...

o cheiro parecia piqui perdido na braquiara. a curva d'água era um loro fazendo rebuliço com o fim da picada. eram pura estripulia cerradeana molhada de rio Hudson.

Anônimo disse...

o cheiro parecia piqui perdido na braquiara. a curva d'água era um loro fazendo rebuliço com o fim da picada. eram pura estripulia cerradeana molhada de rio Hudson.

Anônimo disse...

sabrina, mulher pantaneira arrebatada. faça e aconteça por aí, de olho bem cerrado e vontade imortal. beijos

Valeria del Cueto disse...

Maltrata, Loro, essa matogrossense saudosa....

COA Car disse...

adentrar este universo cerrado só precisa de um sorriso nos lábios o deslizar das suas palavras no poema bem que lembram as de outros córregos o torto do cerrado, a bunda tora da paisagem na foto do mário.

esse matão...

abraço,
Claudio

Anônimo disse...

muito bom mermo, capitão.