terça-feira, 28 de dezembro de 2010

PORTUÑOL

De repente não havia mais ninguém. Tudo olvidado no momento do check in. Esta sempre fora minha casa – ou talvez faça só um mês, conto mentalmente com esta nova noção de tempo cujos dias da semana podem também ser encontrados no planetário. E o planetário, este antigo companheiro, não está mais ubicado ao lado da faculdade que também deixei de frequentar.

Sim, faz só um mês, respondo ao policial que, desconfiando deste pelo loiro e dessa pele branca misturadas ao sotaque brasileiro indaga se já tenho minha identidade. No, no la tengo, verdad. Solo voy a tenerla en enero, sem importar-me com a correção gramatical.

Quando saio dali percebo o tempo que cabe dentro de um mês, o que inclui, já te disse, segundos seculares e dias que correm, assim com essa velocidade que só o tempo sabe que tempo tem. E é nessa velocidade de dias que bajo del subte, camino cuatro cuadras hasta que sé yo e paro. É o Brasil que me chama em 140 caracteres na tela do celular. Aquela palavra que sempre acreditamos tão brasileira me invadindo agora, plena 9 de Julio.

Se não obteve resposta, minha desculpa unânime sempre será este sinal inconstante de celulares porteños. Impossível expressar assim, tanta distância e tão pouco espaço, o estranhamento de não extrañarte.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

confesso que sobrevivi

(dizia que era martini, mas tomava era cerveja em copo de geléia que eu sei).

 só essa vontade de respirar - que não envelhece