sexta-feira, 20 de junho de 2008
Não gosto muito de jaca
e você vai deixar lá apodrecendo,
feito uma jaca no verão?
quinta-feira, 19 de junho de 2008
terça-feira, 17 de junho de 2008
mis ausencias
En la pereza de un bostezo rozo con uno de mis brazos tu pecho desnudo, que aun no ha despertado de la noche de locura, donde no permitimos que las caricias se apacigüen y disfrutamos del tiempo entre embrollos de piernas y sonrisas llenas de sudor nacido del placer de amarnos, ya uno de tus ojos me miran como tratando de imaginar el porque estoy sentado a lado tuyo, no digo una palabra y alterno mi mirada entre tu cuerpo limpio de mentiras y lleno de sudores pasados, y la ventana que ya dibuja como una televisión el amanecer mas bello, ese que solo se siente cuando uno ha destruido tabús durante la noche, ahora poso mi mano sobre tu cabeza como tratando de evitar que ingreses en esta silenciosa reflexión, pero ya es tarde, ya tu voz rompe como relámpago esta oscuridad mental.
Me doy unos segundos para reaccionar y mientras me levanto solo digo “cuando entenderás mis ausencias”.
Oscar Diego
º º º a Aquarel.la é de Oriol, que entre um café e outro deixava cair nos meus olhos o tremor expressionista de suas mãos que já viveram e desviveram a vida sobre o tectonismo de placas que, para ele, sempre foram puro agenciamentos.
Numa dessas contingências parou em Santa Cruz, assim, quase de graça. Um andejo que, contrariando a corrente migratória dos andarilhos anônimos, possui sua nacionalidade catalàn tatuada à carvão na boca.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
.missiva.
Aqui nesta cidade de poesia as cousas são diferentes. O jazz é mais quadrado, a subversão é uma edição encapada da bíblia – com direito a narração remasterizada de algum âncora global –, as dores são mais doídas – umas vez que aquele Pessoa sugeriu que os leitores sentissem o que ele fingia sentir. Ora, que falta de respeito! Se peidam no cordão, peidam em qualquer lugar, certo? Peidemos nesta data.
Podem dizer que sou amaro, um sujeito criado ao som do pop insosso e anódino deste início de século; podem me acusar de falsidade, de repetir o discurso de uma minoria inexpressiva que ninguém – no fundo – sequer sabe que existe. Enfim, podem dizer ene cousas sobre o fato de eu estar me dispondo a enviar essa missiva para falar mal do amor e do dia dos namorados. Veja bem, Gonçalo Leão, o amor se estrepou. Dizem que foi pular a cerca e caiu arreganhado.
Arame farpado, num teim?
Tiro de espingarda.
Tapa na nuca.
O dia dos namorados é um dia de velório. Compram-se flores e presentes como uma forma de agradecer por nada, elogiar de forma elegante ou convencer alguém sobre sentimentos. O dia dos namorados é uma forma de dar oferendas a uma entidade – deidade, o termo correto – televisionada. Façamos simpatias para o demônio, dancemos sob o efeito de ácido no salão. O samba do amor tem dia e hora para ser celebrado, e só por isso a graça e o prazer de se beijar – e foder, é claro – nascem mortos – ou pelo menos sem a ereção que os homens das cavernas exibiam.
Gonçalo Leão, eu gostei mesmo foi do teu depoimento sobre o Google. Gostei deste sobre o amor e o dia dos namorados, mas como esta data não tem uma barra de rolagem satisfatória, fico com os contratempos de uma pesquisa infundada sobre o sentimento que leva a alcunha de amor.
Cordialmente,
O poeta que finge a dor que deveras sente.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Namorar é preciso
Dia de beijar. Dia de ser romântico, de falar de amor e, se possível, fazê-lo. Digo fazer, porque o amor é o tipo de coisa que não dá pra gente comprar feito. Coisa que mesmo quando a gente compra, como produto, ainda é preciso submetê-lo a um processo de acabamento, de finalização, pós-produção ou sei lá o que. Ele - o amor - não se encontra disponível pelas prateleiras de nenhuma loja. Tampouco tem preço, embora existam controvérsias. Bom, seja como for, o amor está por aí habitando corações e assediando pelas esquinas da vida e do corpo humano, demasiado humano.
Acho que ninguém entende perfeitamente das imperfeições desse sentimento que parece já ter estado mais nos corações do que na moda. Sei lá, mas acho que namorar - uma ação que advém do amor - nestes tempos, soa mais como uma cantata, uma fuga, uma coisinha mais rápida, mais passageira, e que não precisa ser pra sempre, embora seja massa que seja infinita enquanto dure. E sem essa de ser imortal, posto que é chama. Que invente ou inventem outros versos complementares os poetas da hora em que escrevo.
domingo, 8 de junho de 2008
pegadas na floresta
Aqui você vê pedaços do céu, recortado entre os galhos e as folhas. O rio não quis parar pra eu passar. Eu sentei pra falar com ele e ele continuou a molhar com águas tão diferentes aquela mesma pedra verde. Só agora eu entendo a altura de algumas árvores. As mais baixas não gostam de ver apenas o céu. É que aqui em baixo tem raízes. O vento daqui fez carícias em mim. Eu não fiz restrições e ele entrou debaixo da minha roupa, resgando o peito. Ele ainda está aqui. Acho que não sai mais. É a primeira vez que guardo um pedaço do vento.
Eu posso ver as migalhas de pão que João e Maria deixaram pelo caminho. São eternas nesse lugar. Continuei a andar e meus cds eu deixei na mochila e a minha cabeça eu abandonei no balanço.
sábado, 7 de junho de 2008
wewillgotonewyorkcityandokdoyouhavee-mail?
quinta-feira, 5 de junho de 2008
aspas
** as palavras que não são minhas encontrei escritas num pedaço de asa de borboleta enquanto caminhava esverdeada pela montanha. não resisti e fotografei. por causa da luz ou do horário não sei, não consegui captar o sapato vermelho com bolinhas que se mexiam que ela trazia na espécie de pés.