Estou em Pasárgada há algum tempo convivendo com as noutes que menstruam centelhas de sonhos e sentimentos recíprocos. Iludo o órgão que bombeia sangue para o corpo inane de amor. Ah, amor. Essa é a questão. Peidaram no cordão. Não, isto não é um quarto das letras. Esta mensagem – esta! – é apenas um jornal amassado, desses que se utiliza para embalar peixe em feira ou para forrar os tapetes dos carros semi-novos. Na verdade é um anúncio de prostituta que se deixa beijar na boca para que o cliente leve um pouco de sua solidão sentimental. Não, Gonçalo Leão, esta data não é para se beijar e amar. Amor venal, de novela das 8ito. Ah, pára com isso, oto!
Aqui nesta cidade de poesia as cousas são diferentes. O jazz é mais quadrado, a subversão é uma edição encapada da bíblia – com direito a narração remasterizada de algum âncora global –, as dores são mais doídas – umas vez que aquele Pessoa sugeriu que os leitores sentissem o que ele fingia sentir. Ora, que falta de respeito! Se peidam no cordão, peidam em qualquer lugar, certo? Peidemos nesta data.
Podem dizer que sou amaro, um sujeito criado ao som do pop insosso e anódino deste início de século; podem me acusar de falsidade, de repetir o discurso de uma minoria inexpressiva que ninguém – no fundo – sequer sabe que existe. Enfim, podem dizer ene cousas sobre o fato de eu estar me dispondo a enviar essa missiva para falar mal do amor e do dia dos namorados. Veja bem, Gonçalo Leão, o amor se estrepou. Dizem que foi pular a cerca e caiu arreganhado.
Arame farpado, num teim?
Tiro de espingarda.
Tapa na nuca.
O dia dos namorados é um dia de velório. Compram-se flores e presentes como uma forma de agradecer por nada, elogiar de forma elegante ou convencer alguém sobre sentimentos. O dia dos namorados é uma forma de dar oferendas a uma entidade – deidade, o termo correto – televisionada. Façamos simpatias para o demônio, dancemos sob o efeito de ácido no salão. O samba do amor tem dia e hora para ser celebrado, e só por isso a graça e o prazer de se beijar – e foder, é claro – nascem mortos – ou pelo menos sem a ereção que os homens das cavernas exibiam.
Gonçalo Leão, eu gostei mesmo foi do teu depoimento sobre o Google. Gostei deste sobre o amor e o dia dos namorados, mas como esta data não tem uma barra de rolagem satisfatória, fico com os contratempos de uma pesquisa infundada sobre o sentimento que leva a alcunha de amor.
Aqui nesta cidade de poesia as cousas são diferentes. O jazz é mais quadrado, a subversão é uma edição encapada da bíblia – com direito a narração remasterizada de algum âncora global –, as dores são mais doídas – umas vez que aquele Pessoa sugeriu que os leitores sentissem o que ele fingia sentir. Ora, que falta de respeito! Se peidam no cordão, peidam em qualquer lugar, certo? Peidemos nesta data.
Podem dizer que sou amaro, um sujeito criado ao som do pop insosso e anódino deste início de século; podem me acusar de falsidade, de repetir o discurso de uma minoria inexpressiva que ninguém – no fundo – sequer sabe que existe. Enfim, podem dizer ene cousas sobre o fato de eu estar me dispondo a enviar essa missiva para falar mal do amor e do dia dos namorados. Veja bem, Gonçalo Leão, o amor se estrepou. Dizem que foi pular a cerca e caiu arreganhado.
Arame farpado, num teim?
Tiro de espingarda.
Tapa na nuca.
O dia dos namorados é um dia de velório. Compram-se flores e presentes como uma forma de agradecer por nada, elogiar de forma elegante ou convencer alguém sobre sentimentos. O dia dos namorados é uma forma de dar oferendas a uma entidade – deidade, o termo correto – televisionada. Façamos simpatias para o demônio, dancemos sob o efeito de ácido no salão. O samba do amor tem dia e hora para ser celebrado, e só por isso a graça e o prazer de se beijar – e foder, é claro – nascem mortos – ou pelo menos sem a ereção que os homens das cavernas exibiam.
Gonçalo Leão, eu gostei mesmo foi do teu depoimento sobre o Google. Gostei deste sobre o amor e o dia dos namorados, mas como esta data não tem uma barra de rolagem satisfatória, fico com os contratempos de uma pesquisa infundada sobre o sentimento que leva a alcunha de amor.
Cordialmente,
O poeta que finge a dor que deveras sente.
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