sábado, 27 de fevereiro de 2010



a substância e o acidente

pura essência a crescer

uns_com_os_outros

nossos atos nos encaminham,

cegos do ver, para apenas ser




.......... abra a janela
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veja.....[[[[[[[[[[[[[[[[[


o primeiro impulso, a intenção
a causa para tudo o que há

por inteiro


a matéria desconhece a resistência do ser

em ver clara-mente a realidade da criatura

existir entre crer

redescobrindo tudo que é



filosofia sobre a ciência viva, a romper e expelir sensível estímulo
por todas as formas, suas

..........................de ser



sobrevoa a pólis-palavra

............verbo impulso natural



......circunda onda precipício ˜ sobre vento move


sentido-tribo....unidade-liberdade.....arte-latente-natureza


........o elo que cura o sentido vão

..................empresta a vida à matéria bruta


..........envolto em potência-movimento

..........espaço-tato: translação



animada força tudo eleva
....contínuo corpo revelação
....estática mente - sem mais domínio inerente
....palavra ˜ ímpeto ˜ paixão ˜ menos ˜ razão


processo infinito

desejo vazio



aponta o largo coração




................sobe a retórica de amar



aprendizado humano


justa beleza, não duvide


o nobre alcance do nascer
.............................................................a mesma ordem
...........................do princípio ao final


na precisão da clareza


emanando na coragem
-contato

simples e supremo,
,

........................
tranquilo amanhecer

the most perfect day i've ever seen

- que verdade? cê me conhece, sô pobre de sinceridade.
- anda logo que eu sei que você tem tudo embalado. onde que tá?
- tá falando do leite derramado sobre a natureza morta?
- e o manipulador de verbos, tá me olhando pq cadê a porra do manipulador de verbos?
- ranquei tudo com o último ciso já falei.
- vai levantar a voz é? não tá querendo colaborar... cadê as assinaturas?
- tudo copiação. cê me conhece, eu não minto.
- me dá o fio da meada e num olha pra mim não. 
- é kantianottoano.
- passagem pra islândia é?
- tenho as malvinas aqui. tão na terceira gaveta, ao sul.

- vem cá me responde uma coisa tá me olhando pq? qué morre?

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010


meo eucípedes,


Recebi seu parecer com trinta anos de atraso, fazer o que? Você sabe que não sou do tipo confusionista, mas de mim ninguém tira o palpite de que quem secou a tal caixa não foi Pasolini. Explico, o manual de sobrevivência que herdei venceu no pós-guerra-fria. Na época, não sei se memora, não se discutia hífen nem angulação de pisada torta não. Portanto, não se engane: não sou flor que se cheira. Sintomas jarotonixianos parecem mesmo terem se instalado na minha xícara verde sem pires, meus dedos crescem em dimensões cilíndricas que jamais vi, prolongam feriados apontando no céu orgias nucleares em plena segunda-feira. Por favor, não pense que estou fugindo do assunto, só não quero parecer falar sempre da mesma coisa. É que tem uma paroxítonas órfã me perseguindo, como se fosse pergunta indiscreta, desde os tempos que hidden shame saiu do ar. Até tentei amizadade com a tal paráfrase que me indicou, mas a maldita começou a discursar meio ambiente falando putices a tudo que emite gases gramaticais. Não aguentei... Minha paciência é comestivel e minha maldade ainda urina nas pernas, te falei. Acabei tendo que recorrer à onomatopéias mudas, se é que me entende. Comecei a imitar passarinho. E aí, adivinha? Metáforas que nunca leram um livro sequer puseram-se a gritar w com som de v. Não tive escolha. Imputei ao adjetivo a responsabilidade de decretar o que quer que fosse, afinal cabia a mim creditar a caracterização de celofane aos aviões não tripuláveis. E o fiz com propriedade privada. Aliás, falando nisso, se permite um conselho, vende aquele apartamento em Manhattan e compra dois aqui. Jogos de câmera 2014, cortes secos, supervalorização de sabão estrangeiro, esquinas imobiliárias e, claro, suicídios em massa sob triciclos movidos a períodos menstruais desregulados. Resumindo, farei uma cópia das chaves do jardim.

Espero que a mensagem chegue em tempo. Se não chegar, feliz aniversário.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

...

Numa tarde amassada nos procuramos com a imagem simples que desenhávamos em nossos olhos caramelos. Dadas as mãos, cada qual ao seu silêncio, rumamos sem fio nem fato e a melancolia das luzes ao redor nos espetava a pele sincronizando o quase respirar d'um frio-desejo. Até sucumbirmos.

Derreti (re)significada em minha velha cama.

..foi quando londres, aquela londres setentista de oiticica, fez-se pequena. e me dei conta de que as luzes paceñas espetavam novos poros em minha memória, feit'um voodoo, enquanto seus olhares penetravam-me famintos e incisivos, rasgavam-me. na seguinte manhã saí aos trancos arrancando, do molhado de meus olhos, uma força pra cantar o castellano-samba. sutil. sin ti

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

de quatro

Um cu brilhava no céu como se fosse tom Zé
Naum o era e chorou
Procurou então um “drah” qualquer para se traduzir em lágrimas de pepita de ouro de tolo
Cismou-se entre verbos e adjetivos e foi-se a procurar amigos
Virou um substantivo
E se silabou. Foi então que se ao dividir
Viu que era uníssono... q só tinha um tom Zé
Mas estava fora do tom, totalmente fora do tom
Era dissonante em si mesmo, numa melodia inconstante e medíocre
Um lixo, enfim. Uma bactéria desconhecida
Lineau mal sabia daquilo. Era um estúpido
Limpava suas feridas com seus dedos carcomidos
abria uma por uma
se esfacelava em cantos roucos na madrugada
esticava a dor e fazia entrar mais ainda do que o matava.
Essas loucas famílias sedentas por sangue e drama, por giletes e dramas de novo
Procuravam sem querer achar uma morte qualquer, dessas de programa de TV grego romano.
Deus gozou na cara de todos, um gozo sujo e aidético.
Queria ele ser estúpido também. Era deus uma espécie de William bonner.
Não, esse Deus meu, não é esse seu
Esse meu tem um kit auto-ajuda que se abre como se eu folheasse um livro
Ele me escreve uma dedicatória que me alfineta, que me agulha, que me esfolia, que me bisturi, que me adaga, que me arma brancamente, que me fere ao tempo em que arde, como pode um objeto cortante me fazer arder no fogo do inferno?
Esse arder é apenas uma miragem, uma ilusão de ótica.
Eu não ardo, eu não curo, eu não faço nada além de nada
Sou um vegetal nas horas vagas, um desses inúteis que tem idéias mirabolantes
Mas a preguiça me domina. O desânimo me domina. E é mais fácil
A impotência diante de tudo, a incapacidade de lidar com as situações
Não há defesa, não há julgamento
Apenas se é culpado, e não adianta reclamar
Pois advogado nenhuma vai querer essa causa perdida
Não há terra que me engula, não há ar que me seque nem minha solidão me devora
Nunca sangro até a morte não me sirvo
Não me aconteço pra nada
As coisas não me germinam
Não rego jardins
Não sou Tom Zé

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

e um dia ele acordou sabendo: nada mais era seu.
nada daquilo que já sonhara, nada daquilo que quisera, e
mesmo asssim ele se apegava às coisas que sonhara, tranformando em sonho
aquilo que era real.

agora não sei que aconteceu. estudou se concentrou e silenciou. ja faz tanto tempo
ele esta como quem não está. separou-se em dois mil pés de altura
e seu pés andam no chão a sonhar com moças que nem sabe se vai encontrar

como um som de charlotte gainsbourg
como um tecladinho, bem básico,
como aloe vera. lembranças do nariz dos ouvidos, e dos olhos.

quem ele é. quem ele será, que caminho o leva
não são mais perguntas
e nem esta dor no pulso, renitente
e a fome ardente em fogo baixo
não mais significam do que este momento.
este momento onde o teclado tilinta sobre seus dedos e os silêncios se preenchem de vida.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Águas de Março

 
Acordei esta manhã com meu pau duro, e um sorriso entre os dentes por não ter sido por você. Natural que eu me preocupe, pois sua ausência por estes dias não pode me catalisar, em meu âmago mais profundo, meu tesão incontido. Fazer o quê se isto peca contra meus princípios, e contra toda minha educação latente. Fazer nada se isto soa paradoxal e retrógrado. Eu sonhei com outra menina que me alucina. Ela era loira, cabelos curtos, e os seios ainda que incipientes, e talvez mesmo por isso tão bons, tão duros. E eu passava a mão por eles entre o sutiã. Cada palma de minha mão era meu olho, meu lábio e minha língua, e eu tremia à medida que a sentia. Ela gemia, o vapor de sua respiração provocava fulgor. Era fulgor. Ela, dura a princípio, mas minhas mãos em suas costas, a boca em sua nuca, em seu queixo, degustando a maciez e o perfume da pele, demonstrando isso com cada esporro de minha carne, acabou por enfim derretê-la. E foi assim mesmo que se deu, ela deixou-se cair confiante que a seguraria, como se um orgasmo. Aquilo por si só me fez sonhar. E era sonho.
 
Acordar não me trouxe frustração. Sonhara com outra mulher que não você. Deixara-me levar por outra mulher que talvez um dia eu encontre, e então não mais precisarei sonhar que volto a gozar. Gozarei simplesmente.

de quando não se pode ter.

Roubado de Luciana Bonfim

dançávamos pela praça. descompassados rotos e tristes. não éramos mais os mesmos. nem aqueles. eu tinha te visto um copo ou outro. e desde dali te vi em mim. sim. você me participava. eu usava um vestido verde. você me seguiu com os olhos e eu era deles. naquele dia fui condenada a esta urgência de você. minhas mãos suavam numa sala de cinema. eu. de novo. uma menina diante de um deus. você me contou que amava uma moça. eu te contei que não tinha mais coração. você riu. como se soubesse a minha angústia. entendesse a minha mentira. as coisas não nos acontecem. e ainda existe um demônio delirante de asas abertas entre nós. aflora as ventas. estufa o peito de senões. cospe gelo. certos dias dorme. sai por ai. então. somos de novo.

eu te quero tanto homem. te venero a pele alva. as pequenas mãos. o tatear manso. o anoitecer dos olhos insones. sempre prontos pra ir embora. o alinhamento exato de seus ângulos e planos. o riso surpreso. que um pouco antes de acontecer sabemos que iremos dar. e todo resto que deixo comigo.

só tenho verdadeiramente. a busca dolorosa por seu olhar. o pedido desesperado em meus poros. a teimosia de meus pés. essa dor pungente.

só que existe. ainda.

sua total ignorância dos movimentos meus.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

.casa vazia.


.um retrato três por 4. derretida(o) em si mesma(o) adrede por acreditar demais num deus vicário. o jeito, mesmo que sem jeito, foi improvisar. saudade de nada, quase nada. engalfinhando lembranças insignificantes. um eterno gerúndio desimportante e anódino. triste fim.



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

***O sexo é uma forma de consistir o corpo nele mesmo.

Pensar com os poros, dialogar com a cadeia de células que é o corpo do outro. Uma conversa virtual entre células. É o surrealismo acontecendo longe dos olhos.

***O surrealismo está chegando. E ele vem belo, imenso, bem-humorado e levemente sarcástico, como um amante ideal.

Que derretam os relógios!

GAP


Eu te amo, homem, amo o teu coração. O teu cigarro à boca, o carro batido, o peito aberto. Te amo teus A’s, C’s, M’s e S’s; a fúria da tua natureza, o seu desordenar.
A sua poesia pagã - em 37 segs
O teu encolher a cama / O jeito que passa manteiga no céu aberto que nos cobre.

Eu te amo, homem, amo o teu pesar. O desembrulhar do teu sexo, tua fauna e tua flora
Sua criança, seu apodrecer,
(O meu sofrer)_______________________
A tua pele morta e tua alma acumulada, te amo os irmãos e os amigos, e tudo que há por vir. O passado e o futuro.________________

Eu te amo, homem, amo tua freqüência. ³³££
Teus desatinos, o seu cor-de-rosa, os quartos que habitamos ³£³
Amo as adélias em ti, e seus excessos em mim. ³£
Amo teus grous a voar sobre minhas asas ³³££
Teus universos a explodir dentro e fora do que sou capaz (IN)

Eu te amo, pobre e insensato homem. (eu, eu, eu ecoo em ƒƒƒƒ's)
Que fala com a perfeição única de quem só você pode me fazer amar.
Te amo as princesas, as cancelas, os relâmpagos e os orifícios.
Te amo as montanhas que estremecem++ , o fogo que transborda meus rios, ++Os abismos que me forço a pular.
Tudo se povoa em mim quando te amo em gigantescas ondas.

Eu te amo, desastre.
Sua ventura incomparável. Teu choro sincero. O desconhecido que sopra o espírito daquilo que só cria; o seu incessante rejubilar em doces balanços; amo me amar quando te amo, homem. Seu riso em minha boca. Seu afogar em minha loucura por ti.
Te amo as pistolas e as histórias.
Os ornamentos e a blindagem. O medo que me fere à altura do pulso.
Eu te amo. Homem.

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Qualquer dia desses, pego essa chuva secular para limpar, varrer e amendrontar o curioso pote de azeite que nos separa. Então direi que tudo me és sagrado, porque tu me és ária e anjo. Pousarei a mão sobre o mundo, e descansarei os pés sob a mesa. Perguntarão: como ele pôde ser tão corrupto?; ao que direi: sete reis me foram fiéis, sete flores corrompi, pois a corrupção se encontra em mim. Esbanje hálito celestial, para que possa te trancar sete vezes em pequenos sete corações, todos sete vertigens dos meus sentidos.

What a sweet morning - what a fuck situation